A mostra de cinema do FAN traz uma parte significativa da produção de cinema negro brasileiro contemporâneo em curtas e longas-metragens lançados predominantemente a partir de 2018. A escolha por privilegiar a recente produção brasileira é motivada pelo vigor da ascensão de uma multiplicidade de jovens realizadores(as) negros(as) que chegam ao Cinema trazidos por um ancestralidade que atuou e atua para a presentificação das nossas potências. Há também filmes africanos de relevância histórica para a cinematografia mundial, como os dirigidos por Djibril Diop Mambety e por Safi Faye, num gesto do festival de olhar para a sua própria história, recuperando as discussões que nos pautam desde a primeira edição em 1995. Também integra a programação o longa brasileiro “Ori”, de 1989, realizado por Raquel Gerber e com roteiro de Maria Beatriz Nascimento, cujo pensamento norteia o eixo de reflexão deste FAN BH 2019.
Veja a programação!
Local: CentoeQuatro – Cine 104
Classificação: 16 anos
(Brasil | 2018 | Drama | 96 minutos)
Emerson, um jovem da periferia, quer fazer um filme sobre a sua história na Ilha, lugar onde quem nasce nunca consegue sair. Para isso, ele sequestra Henrique, um premiado cineasta. Juntos, eles reencenam a própria vida, com algumas licenças poéticas. O plano começa e a partir de então não há mais limites, afinal, cinema também é jogo.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Data: 19/11, ter | Horário: 16h |
Classificação: 12 anos
(Le Maîtres Fous | França | 1953 | 21 minutos)
Praticantes do culto Hauka, trabalhadores nigerianos em Accra se reúnem à ocasião de sua grande cerimônia anual. Após uma confissão pública em ritual católico, eles começam o rito da possessão, com personificações emblemáticas da dominação colonial.
Classificação: 12 anos
(Afrique Sur Seine | França/Senegal | 1955, 21 minutos)
A África está na África sobre as margens do Sena ou no Quartier Latin? Interrogações “meio-amargas” de uma geração de artistas e estudantes à procura de sua civilização, sua cultura e seu futuro.
Classificação: 12 anos
(Le Retour d’un Aventurier | Nigéria/França | 1966, 30 minutos)
Uma sátira aos filmes de cowboys norte-americanos é o plano de ação que leva o diretor Moustapha Alassane a questionar a África e o mundo ocidental.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Sessão comentada por Marcos Cardoso (MG)
Classificação: 14 anos
(Brasil | 2019 | Documentário | 94 minutos)
O documentário de Joel Zito Araújo mergulha na vida do multi-instrumentista nigeriano Fela Kuti (1938-1997) para construir um retrato que vai além daquele de “excêntrico ídolo pop do gueto”. A partir do olhar dos seus amigos e das conversas com o biógrafo, o afro-cubano Carlos Moore, surge a figura de um líder político e de um representante de toda uma geração pan-africana.
Local: CentoeQuatro – Cine 104
Sessão comentada pela equipe do filme
Classificação: 16 anos
(Brasil | 2019 | Drama | 120 minutos)
Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Dentro da comunidade local, Marcos (Leo Pyrata) se vira diariamente com os pequenos crimes que comete. Quando reencontra Selma (Grace Passô), uma antiga amiga, ele se convence da possibilidade de executar um assalto bem-sucedido. Mas o plano só pode ser colocado em prática com a ajuda de uma terceira pessoa, e Ana (Kelly Crifer), namorada de Marcos, hesita em participar.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Classificação: 14 anos
(Contras’city | Senegal | 1968 | Documentário | 22 minutos)
Um passeio por Dakar a bordo de uma carroça. A capital do Senegal se mostra uma cidade de contrastes impressionantes: desde o esplendor barroco de um centro inspirado na arquitetura francesa até os bairros periféricos, compostos por casas modestas e um variado e popular mercado informal.
Classificação: 14 anos
(Hyenas | Senegal | 1992 | Ficção | 110 minutos)
Dramaan é o homem mais popular de Colobane, mas quando uma mulher de seu passado – agora exorbitantemente rica, retorna à sua cidade, as coisas começam a mudar.
Classificação: 12 anos
(Kadduk Beykat | Senegal/França | 1975 | 98min)
Primeiro longa-metragem feito por uma mulher da África Subsaariana a ser distribuído comercialmente, Carta Camponesa contam a história de Ngor e Coumba, que vivem em uma pequena vila do Senegal. Ngor e Coumba querem se casar há algum tempo, mas neste ano a colheita está fraca. As chuvas são bastante irregulares para o amendoim, única opção comercial herdada da colonização. Como poderão eles ter renda o suficiente para se casar e sobreviver?
Local: CentoeQuatro – Cine 104
Sessão comentada por Natasha A. Kelly
Classificação: livre
(Alemanha | 2018 | Documentário | 47 minutos)
Nabu, nascida em 1955, é uma fabricante de máscaras, Naomi, nascida em 1965, é uma artista e cineasta, e Maciré, nascida em 1995, é estudante e artista. Elas têm, em comum, o fato de que são mulheres negras vivendo na Alemanha e trabalhando com arte. Suas narrativas pessoais e biográficas mostram como a extensão da arte pode ser um alívio para o isolamento social e a opressão. Nas entrevistas com a diretora, elas contam como superaram os estereótipos coloniais e criaram suas próprias identidades enquanto mulheres negras.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Sessão comentada pelo Projeto Enquadro (MG)
Classificação: 12 anos
(Brasil | 2016 | Documentário |113 minutos)
Com direção de Beto Brant e Camila Pitanga, o documentário “Pitanga” narra a vida, a obra, a trajetória e a carreira de Antônio Pitanga, um dos maiores atores do cinema nacional de todos os tempos, protagonista de momentos marcantes da cinematografia brasileira e protagonista de filmes importantes dirigidos por nomes como Glauber Rocha, Cacá Diegues e Walter Lima Jr.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Classificação: livre
(Brasil | 2017 | Ficção | 15 minutos)
Sonhando em ter uma piscina, Caíque e seu amigo inseparável se divertem escorregando no chão molhado e ensaboado da área de serviço.
Classificação: livre
(Brasil | 2018 | Ficção | 22 minutos)
A história de uma fotografia: Uma mãe solteira, um pai ausente e uma criança.
Classificação: livre
(Brasil | 2018 | Documentário | 15 minutos)
Um ensaio sobre a ausência que busca fazer uma investigação sobre o homem negro por meio de Rômulo, um homem de 40 anos, morador da periferia de Salvador, estudante de História na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Classificação: 12 anos
(Brasil | 2018 | Ficção | 12 minutos)
Cacau é uma mulher negra casada com um homem branco. Dentro sua rotina, ela encara suas lembranças e, em um contexto onírico, as memórias lidam com momentos passados de opressão.
Classificação: livre
(Brasil | 2019 | Ficção | 20 minutos)
Zu é um garoto negro de 12 anos. Ele vai à mercearia comprar farinha de trigo para a sua mãe e, na volta pra casa, descobre que pode voar.
Classificação: livre
(Brasil | 2015 | Drama | 24 minutos)
As ruas estão desertas, eles fogem buscando a paz, mas a paz é a inimiga.
Local: Centro de Referência da Juventude – CRJ – Auditório
Classificação: livre
(Brasil | 2019 | Documentário | 20 minutos)
A “Festa dos Pretos Velhos” acontece há 37 anos na Praça Treze de Maio, que foi construída para receber esta celebração. A conquista da praça e a tradição da festa resultam de uma longa trajetória de organização afro-religiosa na cidade. Na praça, reúnem-se devotos, simpatizantes e curiosos em um forte exemplo de convivência com a diversidade e de resistência na cidade, fortalecendo a cultura afro-brasileira para vencer o racismo e suas práticas de extermínio.
Classificação: livre
(Brasil | 2019 | Documentário | 20 minutos)
Em Minas Gerais, em especial onde se formou Belo Horizonte, os cultos de matrizes africanas são muito anteriores ao surgimento das umbandas e candomblés em suas formas contemporâneas de organização. Na capital, a “Festa de Iemanjá” acontece desde 1958, na orla da Lagoa da Pampulha, manifestando uma poderosa capacidade de articulação entre as diversas tradições de umbanda, reinado e candomblé, em celebração à Rainha das Águas.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Classificação: livre
(Brasil | 2019 | Documentário | 22 minutos)
Uma tragicomédia em ritmo frenético sobre a presença da angústia, incômoda insegurança e constante inquietude.
Classificação: 12 anos
(Brasil | 2019 | Drama | 18 minutos)
Belo Horizonte. Encontro de corpos que compartilham, cada um à sua maneira, anseios, histórias, afetos, medos e existências, tudo isso com a cidade de pano de fundo. Jovens atravessados por diferentes experiências sociais, ocupando a cidade e criando suas próprias narrativas de vida.
Classificação: livre
(Brasil | 2019 | Drama | 14 minutos)
Duas meninas fogem juntas da polícia depois de uma manifestação. Apesar da violência, buscam uma forma de viver o seu desejo.
Classificação: 14 anos
(Brasil | 2019 | Drama | 18 minutos)
Três jovens negros da favela de Heliópolis (SP) saem em busca de refúgio na vida noturna LGBT+ do centro da cidade.
Classificação: 10 anos
(Brasil | 2018 | Ficção | 22 minutos)
Entre melanina e planetas longínquos, “NEGRUM3” propõe um mergulho na caminhada de jovens negros da cidade de São Paulo. Um ensaio sobre negritude, viadagem e aspirações espaciais dos filhos da diáspora.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Sessão comentada pela realizadora
Classificação: livre
(Brasil | 2012 | Documentário | 15 minutos)
O documentário relata, por meio de depoimentos de antigos moradores e de acervos fotográficos, a importância cultural e histórica do bairro Getúlio Vargas, em Aracaju (SE), com ênfase na cultura negra e na presença do negro escravo e seus descendentes, com o resgate de assuntos relacionados à sua origem, oralidade, localização geográfica e consciência de sua identidade racial, mostrando que, apesar dessa comunidade existir em uma área urbana, ainda mantém muitos aspectos da vida em quilombo.
Classificação: livre
(Brasil | 2014 | Documentário | 15 minutos)
A produção trata da história do artista plástico sergipano “José Everton Santos”, analisando a estética do seu trabalho e enfatizando a sua concepção sobre o universo artístico. A partir dessa perspectiva, a diretora trata filosoficamente sobre a relação existente entre arte e vida, usando um tema ao qual o artista se detém: a expressão da condição do homem.
Classificação: livre
(Cuba | 2017 | Documentário | 13 minutos)
O curta apresenta a história de Monga, que todas as manhãs sob o sol, na Sierra Maestra de Cuba, prepara a terra para plantar café, grão, tão preto quanto seu passado. Monga canta em patuá, como um bálsamo para suas lembranças dolorosas da infância. Desde criança ela passava os dias no campo, ajudando a mãe a criar seus irmãos. O trabalho nas plantações de café foi herdado de seu pai, haitiano assassinado por ser mensageiro dos rebeldes, para ajudar no triunfo da Revolução.
Classificação: livre
(Cuba | 2017 | Documentário | 13 minutos)
O filme reproduz o cotidiano de uma família afro-cubana santera, evocando a relação entre o carnal e o espiritual no sacrifício do seu último galo para comer.
Classificação: livre
(Cuba | 2016 | Documentário | 6 minutos)
Neste documentário, Everlane Moraes desembarca em Havana para investigar vaidade e a auto representação que constituem parte da juventude que reside na capital cubana.
Classificação: livre
(Cuba | 2016 | Drama | 4 minutos)
Enquanto trança o cabelo de sua neta, uma avó narra a história de uma árvore africana que foi castigada pela Mãe Terra por reclamar demasiado de sua aparência.
Classificação: livre
(Brasil | 2018 | Ficção | 15 minutos)
“Aurora” é um ensaio cinematográfico que parte da seguinte premissa: o teatro como palco da vida, em que três mulheres de idades distintas reinterpretam seus conflitos no palco de um teatro abandonado.
Classificação: livre
(Cuba | 2019 | Ficção | 20 minutos)
Água na qual os peixes se afogam. O reflexo de uma cidade virou de cabeça para baixo, onde as portas se abrem para o mar e as gotas caem do teto. Expostos à lua, os corpos prestam homenagem à deusa que protege e, ao mesmo tempo, inunda a ilha.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Classificação: livre
(Brasil | 2019 | Drama | 25 minutos)
Em 1930, Marcos e seu grupo saíram do Vale do Jequitinhonha rumo ao Vale do Mucuri. Fugindo da seca, da fome e da violência no campo, a história de luta por água e terra protagonizada pelos moradores do Quilombo Marques, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais.
Classificação: livre
(Brasil | 2017 | Documentário | 12 minutos)
Um paralelo traçado entre as violações de direitos humanos do passado escravocrata brasileiro e da ditadura militar por obras do século XIX e depoimentos dados à Comissão Nacional da Verdade. Quem são os heróis nacionais brasileiros?
Classificação: 16 anos
(Brasil | 2019 | Ficção | 12 minutos)
Vi um garoto atravessando a rua hoje.
Classificação: livre
(Brasil | 2018 | Ficção | 7 minutos)
Um tributo ao silêncio. Bup é a ausência do silêncio. Uma tragicomédia em ritmo frenético sobre a presença da angústia, incômoda insegurança e constante inquietude.
Classificação: livre
(Brasil | 2018 | Ficção | 5 minutos)
No batuque das ondas a mulher náufraga desemboca no mar suas memórias.
Classificação: 12 anos
(Brasil | 2018 | Ficção | 27 minutos)
No continente africano, Ana Pi se reconecta às suas origens através do gesto coreográfico, engajando-se num experimento espaço-temporal que une o movimento tradicional ao contemporâneo. Em uma dança de fertilidade e de cura, a pele negra sob o véu azul se integra ao espaço, reencenando formas e cores que evocam a ancestralidade, o pertencimento, a resistência e o sentimento de liberdade.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Sessão comentada pela equipe do filme
Classificação: livre
(Brasil/Angola | 2018 | Documentário | 74 minutos)
Três gerações de rainhas e uma travessia de volta, em visita aos domínios da mítica Nzinga, às terras dos reis do Congo, aos cantos de Angola, pelos descendentes da Rainha da Guarda de Moçambique Treze de Maio, Isabel Cassimira, personagem central dessa história.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Sessão comentada pela equipe do filme
Classificação: 12 anos
(Brasil | 2018 | Ficção | 113 minutos)
Juliana (Grace Passô) está saindo de Itaúna, no interior de Minas Gerais, para morar em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Seu novo emprego, em que ela combate endemias da região, cria situações pouco usuais e apresenta a ela pessoas novas, que começam a mudar sua vida. Se adaptando à nova rotina, ela enfrenta dificuldades no relacionamento com seu marido, que também vai para a cidade grande.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Classificação: livre
(Brasil | 2018 | Ficção | 14 minutos)
No céu de Tutameia, surge um lindo e majestoso arco-íris. Em busca do baú de ouro, Pety e seus amigos partem em direção ao bosque da cidade, onde vivem aventuras com seres fantásticos do folclore brasileiro e descobrem que o verdadeiro tesouro pode estar muito mais próximo do que se imagina.
Classificação: livre
(Brasil | 2017 | Ficção | 8 minutos)
Ao perder seu papagaio, uma dupla de amigos pensa em invadir um quintal. Mas a vida de um deles está prestes a mudar
Classificação: livre
(Brasil | 2016 | Animação | 14 minutos)
“Nana & Nilo e o Tempo de Brincar” é uma animação infantil, onde Nana, Nilo, Gino e Mulemba voltam no tempo para o Quilombo dos Palmares para investigar porque todas as crianças do presente não querem mais brincar. Em Palmares recebem a ajuda da sábia árvore Baobá, além de Zembi e Dandara para conseguir os cinco elementos que podem restabelecer o tempo de brincar.
Classificação: livre
(Brasil | 2016 | Animação | 21 minutos)
“Nana & Nilo e os Animais” é uma animação com clipes infantis de oito gêneros, ritmos e estilos musicais brasileiros como carimbó, baião, maxixe, jongo, toada do boi, rancheira gaúcha, música regional sertaneja, frevo e samba. As letras das músicas falam dos biomas que cortam o Brasil e animais em risco de extinção, retratando cenários da Amazônia, do Cerrado, da Mata Atlântica, da Caatinga, do Pantanal e do Pampa. Nesses biomas/cenários os animais interagem dançando com Nana, Nilo e crianças dessas regiões.”
Local: MIS Cine Santa Tereza
Sessão comentada por Tatiana Carvalho (MG)
Classificação: livre
(Brasil | 1989 | Documentário | 100 minutos)
Lançado em 1989 pela cineasta e socióloga Raquel Gerber, Ôrí documenta os movimentos negros brasileiros entre 1977 e 1988, buscando a relação entre Brasil e África, cujo fio condutor é a história pessoal de Beatriz Nascimento, historiadora e militante, falecida trágica e prematuramente no Rio de Janeiro, em 1995.
Local: MIS Cine Santa Tereza
Sessão comentada por Tatiana Carvalho (MG)
Classificação: 10 anos
(Brasil | 2018 | Documentário | 77 minutos)
O documentário “O Caso do Homem Errado”, de Camila de Moraes, apresenta a história real de Júlio César de Melo Pinto, o operário negro que foi executado em Porto Alegre pela Polícia Militar, nos anos 1980. A história do jovem é contada por meio de depoimentos como o de Ronaldo Bernardi, o fotógrafo que fez as imagens que tornaram o caso conhecido, o da viúva do operário, Juçara Pinto, e de nomes respeitados da luta pelos direitos humanos e do movimento negro no Brasil.