As principais atrações lotaram os espaços que ocuparam: Mateus Aleluia com Laércio e Thalma de Freitas no Cine Theatro Brasil Vallourec, Chico César no Sesc Palladium, Antonio Pitanga e seu filho Rocco com a peça “Embarque Imediato” no Teatro Francisco Nunes, cuja plateia também transbordou com a homenagem de Lira Ribas a seu pai, Marku, com “Orange Lady”, com o musical “Ícaro and the Black Stars” e com o show em que BNegão canta Dorival Caymmi.
Os shows sob o viaduto Santa Tereza arrastaram multidões – especialmente o de Black Alien, no último dia do festival – e o CentoeQuatro, que funcionou como ponto de encontro desta edição do FAN-BH, também esteve lotado em todos os dias de apresentações. As oficinas e residências tiveram suas vagas preenchidas e os debates do ciclo de ações reflexivas cativaram a atenção de muita gente.
E tudo o que rolou à margem do eixo principal da programação também foi marcante para esta edição do festival, com expressiva participação da população. Dez centros culturais da Fundação Municipal de Cultura – São Bernardo, Padre Eustáquio, Liberalino Alves de Oliveira, Vila Santa Rita, Lagoa do Nado, São Geraldo, Vila Fátima, Salgado Filho, Urucuaia e Bairro das Indústrias – receberam, entre os dias 18 e 24, ao menos uma atividade da programação 10º FAN-BH, contribuindo decisivamente para a descentralização, o que sempre foi uma premissa do festival.
Outra importante ação incluída na programação associada do décimo Festival de Arte Negra de Belo Horizonte – FAN-BH foi o Prêmio Zumbi de Cultura, outorgado pela Cia. de Dança Baobá. Criado para celebrar as personalidades negras que se destacam na cena artística, o Prêmio, também já em sua décima edição, contou com apresentações de Mandruvá, Luiza Daiola, Nivea Sabino e Angola Janga, além da própria Cia. Baobá Minas.
No Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira, o Fórum da Capoeira de BH realizou o seminário “A salvaguarda da capoeira de BH – desafios e possibilidades”, com a proposta de abordar, junto a mestres, mestras e comunidade de capoeiristas da cidade, a importância do registro da capoeira como fonte de preservação de valores, memórias e identidades.
Convidado de surpresa no show que a Orkestra Rumpilezz apresentou para um Palácio das Artes lotado, o percussionista senegalês Doudou Rose Thioune ministrou, dentro da programação do FAN-BH, duas oficinas, uma para adultos – “Oficina Baobá: culturas e músicas senegalesas” – e outra para crianças – “Oficina Kalama: a palavra do tambor”.
O festival também contou com um ciclo de aulas públicas, dentro de suas atividades formativas, pelo qual Leda Maria Martins falou sobre “Ancestralidade e Memória: Cantares”, Bené Fonteles abordou as “Heranças da Africanidade” e as “Heranças Ameríndias”, Luana Tolentino discorreu sobre o tema “Outra Educação É Possível: Feminismo, Antirracismo e Inclusão em Sala de Aula”, Joab Costa Cruz fez suas “Considerações Sobre as Sociedades Africanas Pré-Coloniais” e Renato Nogueira tratou de “Infantilização, Ubuntu e Teko Porã: Educação e Ética Afroperspectivistas”.